terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O carnaval é um comício dançante

21 de fevereiro de 2012
Arnaldo Jabor

Já escrevi sobre o carnaval muitas vezes, me repetindo todo ano, porque minha coluna sai nas terças-feiras gordas. Vou escrever sobre o quê? Sobre a corrupção que invade o Brasil todo com seus blocos de sujos? Não dá.

Sempre que penso no carnaval lembro-me dos dias da minha infância. O carnaval chegava aos poucos e não era essa explosão de felicidade maníaca que vemos hoje em dia.

Já se ouviam os primeiros clarins do carnaval na chegada do verão, com as marchinhas tocando no rádio fazendo dueto com as cigarras que cantavam entre as flores vermelhas do flamboyant de minha casa (para onde foram as cigarras pós-modernas?)

Minha primeira lembrança do carnaval era o cheiro do lança-perfume. Até hoje me irrita pensar que baniram essa linda arma da alegria. O lança-perfume era tudo. Havia umas garrafinhas de vidro, frágeis como ampolas, mas o belo símbolo do carnaval era o "Rodouro Metálico". Era um tubo dourado, grosso, que ejetava um fino jato de éter, gelando as costas nuas das adolescentes que se torciam em risos sensuais. O perfume flutuava pelas avenidas como uma nuvem de euforia salpicada de confetes coloridos e rasgada por serpentinas.

O carnaval de hoje parece uma calamidade pública, disputada pelo narcisismo oportunista de burgueses se despindo para aparecer na TV. O carnaval foi deixando de ser dos "foliões" para ser um espetáculo para os outros; o carnaval deixou de ser vivido para ser olhado.

Não há mais músicas de carnaval - notaram? Temos de recorrer às marchinhas e aos sambas do passado. Mas, quase não precisamos das canções, nesta época convulsa. Só há os corpos, as multidões enlouquecidas. Quando passam as baterias das escolas, quando uns garotos sambam no pé, ainda vislumbramos os traços de uma beleza antiga. Hoje há os corpos malhados, excessivamente nus, montanhas de bundas se exibindo em uma metáfora de liberdade, pois ninguém tem tanta tesão assim, ninguém é tão livre assim. Carnaval sempre foi sexo - tudo bem - mas, antes, havia uma doce inibição no ar, havia a suave caretice, uma moralidade mínima, havia clima de amor romântico nos bailes.

Dirão que sou um nostálgico estraga prazeres, mas tenho a sensação de que há uma drástica mudança de rumos neste progresso vertiginoso que nos assola.

Nosso passado era feito de toscos sambinhas, de permanências coloniais; mas, mesmo de equívocos do nosso atraso, havia alguma coisa original e frágil que a massificação enterrou.

Ainda bem que nos últimos anos voltaram os grandes blocos do asfalto, depois de um período em que só havia as escolas de samba e um grande vazio na cidade. Creio mesmo que essa volta aos blocos de rua tem a ver com a nova conexão entre as pessoas, numa espécie de rede social invisível nos céus do País.

O novo carnaval de rua tem algo de ocupação das cidades, de uma fome de democracia muito diferente dos tempos em que as primeiras-damas da ditadura davam uns passinhos de samba nos camarotes da Sapucaí. Nos foliões das ruas há quase um desejo de morrer esmagados, num fervente formigueiro onde todos se sentem um grande "um".

Há uma espécie de comício dançante que nos purga das dores do ano.

Mas, para descobrir um carnaval ainda mais puro, temos de ir aos detritos que sobraram dos anos 40 e 50, assim como olhamos velhas fachadas entre prédios modernosos. Os blocos de "sujos", esses sim, com uma alegria selvagem e sem frescuras, inconscientemente velam pelos carnavais do passado, por uma inocência perdida. Podemos ver nas ruas a preciosa origem do carnaval profundo. Lá estão os desesperados, os famintos de amor, os malucos, os excluídos da festa oficial.

A explicação antropológica de "pobres querendo ser reis" por três dias, de que há um exorcismo alegre da luta de classes, não esgota o assunto. Nos blocos dos anjos de cara suja, dos travestis escrotos, dos vagabundos há uma autocaricatura que denuncia a "mixaria" da vida que vivem; é o carnaval dos miseráveis, a dança do escracho na melhor tradição da arte grotesca, dessacralizando as obrigações da virtude e da obediência.

Em nosso carnaval há uma animalidade pulsante querendo uma "civilização" sem mal-estar, questionando o pensamento único do bom senso anglo-saxônico. Brasileiro pode não ter espírito público, consciência social; mas, certamente, tem um Inconsciente à flor da pele, ao contrário dos países que pagam um alto preço pela Razão triste, por uma felicidade comedida.

Somos primitivos no melhor sentido da palavra. A sacanagem das matas profundas é diferente das surubas calvinistas de Nova York, que inventaram o sexo torturado nas boates doentias e acabaram na aids.

Nós só pensamos em ficar nus, como se quiséssemos voltar para trás, para uma grande tribo vermelha ou mulata. Há uma "pureza" nessa explosão de carne que não se explica, há um desejo de "indianização", há o desejo de fundar outro país, avesso a autoritarismos, avesso à tragédia da pobreza. Queremos uma sociedade organizada, mas feminina; justa, mas alegre. Onde existem essas montanhas de carne, de corpos se jogando uns contra outros, onde podemos ver essa busca louca por um orgasmo utópico, essa fome de amar? No carnaval, os homens querem virar mulheres. Todos querem ser tudo: os homens querem ter seios e fecundidade e as mulheres querem ser ágeis e sedutoras, máquinas de excitar pênis dançantes. O mundo macho tem muito a aprender com as mulheres no carnaval, as filhas das mucamas, das escravas lindas.

Todas as metáforas do carnaval são ligadas à ideia de abundância, de fecundidade, tudo lembra um grande prazer que nos salvará um dia, contra um futuro de racionalidade e paranoia. O carnaval brasileiro tem a utopia de transformar a cultura em natureza. Nosso "fim da história" seria uma grande bacanal delirante entre nossas três raças entrelaçadas em um casamento grupal doido: negros, brancos e índios dando à luz um grande bebê mestiço e gargalhante, que ensine que a vida é arte e a lógica careta é a morte.

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-carnaval-e-um-comicio-dancante-,838563,0.htm

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ministro da Previdência anuncia restrições para pensão vitalícia

Governo vai fixar um prazo de contribuição e extinguir o benefício de quem se casar de novo

Vânia Cristino

Publicação: 19/01/2012 Atualização: 19/01/2012

O privilégio das pensões concedidas pela vida toda mediante o pagamento de poucos meses de contribuição vai acabar, avisou ontem o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves. Além disso, o benefício será extinto quando o contribuinte se casar novamente. Tão logo for aprovada a proposta que cria o polêmico fundo de pensão para os servidores públicos — o que deve acontecer até março — o governo vai encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de lei ordinária para fechar as brechas que fazem da concessão no Brasil uma das mais generosas em todo o planeta.

“Vamos propor mudanças no regime de pensões, que é de uma generosidade ímpar”, garantiu o ministro. Entre os abusos legais, Garibaldi citou também o fato de a pensão não ser extinta nem mesmo diante de um novo casamento do beneficiário. “Isso não ocorre em nenhum outro lugar do mundo.” Se depender do governo, assim que se casar de novo, o viúvo ou a viúva perderá o benefício. Ao todo, as pensões custaram R$ 71,9 bilhões aos cofres da União em 2011.

Carência
Nas palavras do ministro, “casamento previdenciário é aquele em que o sujeito já se casa com uma vela na mão”, esperando a morte do cônjuge. Ele ocorre porque, no Brasil, não existe um período de carência para a concessão das pensões. Com o pagamento de uma única contribuição pelo valor máximo permitido — 20% sobre o teto do salário de contribuição, que é de R$ 3.916,20 para o segurado autônomo, por exemplo —, a viúva ou o viúvo terá uma pensão nesse valor por toda a vida.

A ideia não é acabar definitivamente com a pensão vitalícia, mas estabelecer um prazo mínimo de contribuição para que se tenha direito a ela. O ministro disse que a Previdência Social, que vem registrando sucessivos superavits na área urbana e tem conseguido reduzir o deficit na conta geral, não aguenta a situação atual por muito tempo. “Como está, é uma sangria que já está custando R$ 60 bilhões ao ano”, disse Garibaldi, referindo-se à despesa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com o pagamento de pensão por morte anualmente.


Injustiça
Pelos dados da Previdência Social, a despesa com pensões responde por cerca de 25% do total. A Previdência gastou, no ano passado, R$ 287,7 bilhões com o pagamento de 25 milhões de benefícios. Desse total, as pensões somam 6,9 milhões. Nesse número, estão incluídas as concedidas depois de uma vida inteira de contribuição e as aprovadas com um ou poucos meses de sacrifício. O ministro Garibaldi Alves considera essa disparidade uma injustiça. Embora o governo tenha consciência da situação há muito tempo — um diagnóstico completo foi feito no ano passado —, ele alegou que existe uma estratégia para tratar do tema previdenciário: mandar uma proposta ao Congresso de cada vez. Por isso, a Previdência espera concluir a votação do projeto que cria o fundo de pensão dos servidores públicos, em tramitação desde 2007, para encaminhar a nova proposta. Garibaldi está convencido de que o fundo será votado logo. “A oposição se comprometeu a não mais obstruir e o fogo amigo apagou”, disse.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Improviso fatal

COLUNA NO GLOBO - Enviado por Míriam Leitão -
5.2.2012

O Brasil continua improvisando nas políticas industrial e comercial. Ao tentar encontrar saídas de afogadilho para o déficit que apareceu na balança, e para o magro número da indústria em 2011, tudo o que se consegue no governo é repetir o cacoete: protecionismo, vantagens para lobbies e corporações. O Brasil precisa de uma política atualizada, modernizante.

Elevar barreiras, quebrar acordos, distribuir dinheiro barato e descontos nos impostos é o que se fazia no Brasil pequeno, fechado e pouco sofisticado dos anos 1970. Não é possível que quatro décadas depois só saiam dos ministérios de Brasília exatamente as mesmas propostas.

Moderno é entender a lógica da integração das cadeias produtivas pelos países para tirar maior proveito delas, apostar nas vocações, incentivar inovação, investir pesadamente em educação, retirar os obstáculos que reduzem a produtividade e competitividade da economia como um todo.

Na ameaça de romper o acordo automobilístico com o México, pelo crescente déficit na balança comercial setorial, ocorreu algo curioso. Normalmente, o governo atende a todos os pedidos das montadoras. Foi assim com a redução do IPI para os automóveis, a elevação do IPI para os carros importados por montadoras não instaladas no Brasil e os frequentes benefícios que são concedidos ao setor.

A indústria automobilística pressionou o governo pedindo vantagens para eles e barreiras para os concorrentes, exibindo para isso os números das importações de automóveis. Falso argumento, porque os maiores importadores são eles mesmos. Estabelecida a barreira e o princípio de que importar é prejuízo, o feitiço voltou-se contra eles mesmos. Agora, o governo quer barrar as importações de carros vindos do México, só que a indústria se organiza de forma integrada no mundo inteiro, distribuindo os modelos por países diferentes e importando de suas próprias fábricas.

A indústria soltou nota e esperneou, agora que o protecionismo que sempre pede volta-se contra suas próprias estratégias. A maioria dos carros importados é das próprias montadoras, como tantas vezes o governo foi alertado pelos que criticaram a elevação do IPI contra o carro importado. A medida foi formatada exatamente para barrar os carros que concorriam com os das montadoras brasileiras, mesmo que representassem uma fração dos que vêm de fora.

Aí fica provada a improvisação. Queriam tanto agradar à indústria automobilística que acabaram desagradando-a fortemente, e ela até soltou nota de protesto.

Luiz Carlos Mello, ex-presidente da Ford no Brasil, e coordenador do Centro de Estudos Automotivos (CEA), explica como a indústria se organizou:

— As empresas nos países são ramos de um mesmo tronco que obedecem à estratégia global das companhias, e isso não é decidido no Brasil. Por estratégia, as empresas decidiram produzir carros diferentes no Brasil, Argentina e México. No Brasil, especializaram-se em produzir carros pequenos e básicos e passaram a importar carros maiores que não são produzidos aqui.

Durante os primeiros anos a estratégia deu superávit para o Brasil no comércio com o México; no último ano virou um resultado negativo de US$ 1,7 bilhão em carros e autopeças. No comércio de derivados de petróleo o Brasil teve um déficit de US$ 10 bilhões. Com o superávit no petróleo bruto, o saldo negativo no setor como um todo cai para US$ 2,3 bilhões. Mas este, pelo visto, não incomoda o governo porque até agora não provocou rompantes de rompimentos de acordos, ou medidas punitivas para a empresa importadora.

O episódio mostra que falta a Brasília uma visão geral, integrada e estratégica de como atuar para enfrentar a perda crônica de competitividade da indústria brasileira, que resultou na fraca produção industrial de 2011 e no enorme déficit comercial da indústria. Distribuir pomadas e curativos a alguns setores não resolve o problema. Escolher campeões — empresas que recebem subsídios para comprar seus concorrentes e sustentar planos de expansão — além de arcaico é indecoroso.

Se o dólar sobe, a indústria suspende a reclamação, os números melhoram e o governo comemora. Quando o dólar cai, como agora, recomeça o choro das empresas, os improvisos do governo e a reabertura do balcão de favores. E é essa gangorra de maior ou menor favorecimento que o governo chama de política industrial.

É preciso, em qualquer taxa de câmbio, enfrentar os gargalos estruturais que atrapalham empresas de qualquer setor, da indústria, inclusive. O custo trabalhista torna onerosa a contratação em qualquer ramo empresarial porque o trabalho é muito tributado no Brasil. Os impostos são muitos, e o cumprimento das obrigações fiscais, um cipoal burocrático. A empresa é punida por pagar seus impostos e contratar trabalhadores. O incentivo é para sonegar e livrar-se da mão de obra através de algum artifício. A logística é deplorável num país que tem dimensões continentais. A agenda é antiga, conhecida e de difícil execução. Só que é a única saída e precisa ser iniciada em algum momento.

http://oglobo.globo.com/economia/miriam/

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Justiça paraguaia determina reintegração de posse das terras dos ‘brasiguaios’ ocupadas por movimento sem-terra local

Mercosul
Agência Brasil

A Justiça do Paraguai determinou, na tarde desta sexta-feira, 3, a reintegração de posse das terras dos agricultores brasileiros na região do Alto Paraná, na fronteira com o Brasil. A Justiça decidiu, também, pela retirada imediata dos sem-terra paraguaios, conhecidos como ‘carperos’, que pressionam pela ocupação das propriedades.

A decisão foi comemorada pelo embaixador do Brasil no Paraguai, Eduardo Santos. Ele disse à Agência Brasil que está “confiante no retorno da normalidade” à região.

Leia a entrevista a seguir:

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, pediu que o senhor obtenha, do presidente paraguaio, Fernando Lugo, garantias para a segurança dos brasiguaios e que seja afastado o risco de novos conflitos. Como estão essas negociações?

Desde que eclodiram os conflitos, estou conversando todo o tempo com as autoridades paraguaias. É um diálogo constante. O nosso papel na embaixada e no consulado é manter e zelar pelos interesses e segurança dos nossos nacionais. Essas têm sido nossas preocupações. Hoje, o Paraguai é o quarto maior exportador de soja da região e os brasileiros que estão aqui ajudaram muito.

Como tem sido o diálogo com as autoridades paraguaias?
Em ótimo nível. Hoje mesmo, logo depois que a Justiça determinou a reintegração de posse, conversei com o ministro do Interior [Rafael Filizzola] sobre a situação no Alto Paraná. Ele [o ministro] me garantiu que a Polícia Nacional fará cumprir a ordem [judicial] na área e que a segurança dos brasileiros está assegurada.

Em meio a esse clima, quais são as garantias que o governo Lugo dá para os brasileiros?
O que todas as autoridades aqui dizem é que a demarcação de terras seguirá a legislação, obedecendo os marcos legais, e sob coordenação do Judiciário. Porém, o Executivo está atento e participando diretamente das negociações. No Paraguai, a legislação fundiária é complexa e é importante compreender isso.

O que, de fato, ocorreu na região do Alto Paraná?
Houve um acirramento de tensões porque os ‘carperos’ insistiam que as propriedades que estão com os brasileiros deviam ser usadas para a reforma agrária. Mas não chegou a ter invasão propriamente dita, não. O problema se concentrou em três propriedades produtivas daquela região.

Como o governo brasileiro atua em situações como essa?
Acompanhamos de perto todo o processo. Vários brasileiros, agricultores e produtores rurais, nos procuraram com medo de terem as terras retiradas. Colocamos a embaixada e o consulado em alerta todo o tempo. Também converso constantemente com o ministro Patriota. Assim, coordenamos as ações e os procedimentos.

O senhor continua conversando diretamente com os brasiguaios?
Claro. Todos na embaixada que estão lidando com esse assunto estão conversando o tempo todo. Temos garantias do governo Lugo sobre o respeito à propriedade privada e orientamos os colonos para que tentem manter a calma. É assim que estamos agindo.

Onda de frio na Europa causa a morte de 220 pessoas

03/02/2012
DA FRANCE PRESSE

Ao menos 220 pessoas morreram na Europa em consequência da atual onda de frio, principalmente no leste do continente, onde só a Polônia e a Ucrânia registraram um total de 138 mortes nas últimas semanas.

Na Rússia, onde as temperaturas se situavam por volta dos -25ºC em Moscou e rondavam os -50ºC em Yakutia (Sibéria oriental), as autoridades contabilizaram 64 mortos de frio desde 1º de janeiro, segundo o Ministério da Saúde, citado nesta sexta-feira pela agência Interfax.

Há uma semana, uma onda de frio atinge a Europa central e oriental, provocando dezenas de vítimas, sobretudo na Ucrânia, Polônia e Romênia.

Ao menos 101 pessoas morreram por causa do frio que atinge a Ucrânia desde 27 de janeiro, indicou nesta sexta-feira o Ministério de Situações de Emergência ucraniano em um comunicado.

O governo indicou que as temperaturas não devem aumentar imediatamente, com temperaturas mínimas noturnas entre os -25ºC e os -30ºC, e diurnas entre -16ºC e -21ºC.

O frio deixou outras oito vítimas na vizinha Polônia, onde as temperaturas caíram até os -35ºC no sudeste. No total, desde sexta-feira (27), 37 pessoas morreram de hipotermia, segundo a polícia. No inverno boreal passado, 212 pessoas morreram de frio na Polônia.

Victor Drachev - 2.fev.12/France Presse
Mulher observa o frio do lado de fora através da janela coberta de gelo de um ônibus na Belarus
Mulher observa o frio do lado de fora através da janela coberta de gelo de um ônibus na Belarus

Na Romênia, foram registrados mais dois mortos nas últimas 24 horas, elevando o total de vítimas a 24 desde o dia 26 de janeiro, segundo o ministério da Saúde.

Na Sérvia, que marca temperaturas de -36ºC, o frio deixou sete mortos no fim de semana e milhares de pessoas seguem bloqueadas em povoados isolados pelas fortes quedas de neve. Os serviços de resgate tentavam fornecer ajuda aos mais isolados.

MORADORES DE RUA

Na Bulgária, foram registrados mais seis mortos, homens de 52 a 66 anos, indicou a imprensa nesta sexta-feira. O total de vítimas chega a 16, segundo a agência de notícias France Presse, em um momento em que não há informações oficiais.

A maioria dos mortos no país, o mais pobre da UE (União Europeia), são pessoas idosas que se perderam nos arredores de seu povoado ou esperando um ônibus.

Na República Tcheca, um homem de 59 anos foi encontrado morto na quinta-feira fora de sua casa, em um povoado do sudeste do país. A polícia acredita que caiu e não conseguiu se levantar. Na Eslováquia, morreu outra pessoa elevando o total de vítimas a três.

CENTRO

Estônia e França registraram suas primeiras vítimas. Um homem foi encontrado morto de frio em uma rua da capital da Estônia, enquanto um doente de Alzheimer de 82 anos morreu no povoado francês de Lemberg, após sair de sua casa de pijama.

Na Itália, foram registrados três mortos. Em Roma, os moradores experimentaram apenas seu segundo dia de neve nos últimos 15 anos, com flocos brancos cobrindo palmeiras, antigas ruínas romanas e igrejas barrocas por toda a capital.

Até cinco centímetros de neve caíram em alguns distritos, e monumentos antigos, como o Coliseu, foram fechados para os visitantes por medo de danos as suas estruturas.

As temperaturas na região alpina de Piemonte, no norte da Itália, caíram tanto que chegaram a -30ºC, e os motoristas foram aconselhados a evitar regiões no centro do país devido à forte nevasca e aos problemas de tráfego causados pelo clima.

No Reino Unido, os britânicos se preparavam para a neve depois que as temperaturas caíram a -11ºC durante a noite em Chesham, no sudeste da Inglaterra, e as autoridades alertavam que o frio poderia atingir as pessoas de surpresa depois de um inverno mais quente que o normal até agora.



http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1043557-onda-de-frio-na-europa-causa-a-morte-de-220-pessoas.shtml

ONU anuncia fim do estado de fome na Somália após seis meses

03/02/2012
DA FRANCE PRESSE

A ONU anunciou nesta sexta-feira o fim do estado crítico da fome na Somália, mais de seis meses depois de ter anunciado a situação no país.

O órgão internacional advertiu, entretanto, que quase um terço da população ainda precisa de ajuda alimentar em caráter de emergência para não morrer por conta da desnutrição.

"As Nações Unidas declaram o fim das condições de fome na Somália", afirma um comunicado do FSNAU (Serviço de Análises sobre a Segurança Alimentar na Somália da ONU).

A situação de fome foi declarada pela ONU nas primeiras regiões do sul da Somália em 20 de julho do ano passado, após uma seca intensa que se somou aos devastadores efeitos da guerra civil no país do Chifre da África, privado de um governo central desde 1991.

Apesar de tardia, a mobilização da comunidade internacional e uma temporada de chuvas muito forte permitiram inverter a tendência, de acordo com a organização.

A crise da fome se espalhou pelo Chifre da África (noroeste do continente) também por conta da pior seca em várias décadas na região, e afetando também Etiópia, Quênia e Djibuti.

Dai Kurokawa - 19.jan.12/Efe

Imagem de arquivo mostra crianças somalis esperando para receber comida na capital, Mogadício, em janeiro
Imagem de arquivo mostra crianças somalis esperando para receber comida na capital, Mogadício, em janeiro

Escolas particulares incluem tablet em lista de material

03/02/2012
DE SÃO PAULO

Alguns colégios particulares do país incluíram tablets nas suas listas de material escolar. Algumas instituições até vendem esses computadores portáteis com acesso à internet e tela sensível ao toque nas unidades.

A informação é da reportagem de Luiza Bandeira, Luisa Pessoa e Paula Bianchi publicada na edição desta sexta-feira da Folha. A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Órgãos de direito do consumidor ouvidos pela Folha não são consensuais sobre a legalidade de incluir os tablets no material escolar. O Procon do Distrito Federal diz que não há problema, desde que os pais sejam avisados antes da matrícula.

O Procon de São Paulo concorda e acrescenta que a escola só pode propor atividades em aula com o tablet se todos tiverem o material. Já na Bahia, o Procon diz que é proibido obrigar os pais a comprar o tablet e que a escola tem de oferecer o material didático de várias maneiras, em apostilas e em meios digitais.

Acesse o site da folha.com e leia também:

Pernambuco vai distribuir tablets a alunos do 2º e 3º anos
MEC gasta R$ 110 mi em tablets sem plano pedagógico
Recursos digitais mudam até jeito de resolver prova
Pais devem saber como tecnologia é usada na aula

http://www1.folha.uol.com.br/saber/1043442-escolas-particulares-incluem-tablet-em-lista-de-material.shtml

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Comboio de Ban Ki-moon é recebido a sapatadas na Faixa de Gaza

Palestinos protestam contra visita do chefe da ONU, que se negou a receber familiares de presos
02 de fevereiro de 2012

CIDADE DE GAZA - O comboio que levou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, nesta quinta-feira, 2, a Gaza foi atacado por dezenas de palestinos que lançaram sapatos e cadeiras de plástico na entrada do território palestino, informaram testemunhas.

No mundo árabe, jogar sapatos contra uma pessoa significa desprezo. A agressão contra o carro em que viajava Ban e os veículos que o escoltavam ocorreu após passar pela passagem de fronteira de Erez, no norte da faixa, em um incidente em que ninguém ficou ferido.

O comboio seguiu seu caminho em direção à localidade de Khan Yunis, no sul do território. A previsão era que Ban inaugurasse uma obra financiada pelas Nações Unidas na localidade.

Dezenas de familiares de palestinos presos em prisões israelenses se reuniram no início da manhã nos arredores da passagem de fronteira para protestar contra a visita, depois que Ban se negasse a receber familiares de réus e de palestinos mortos em ataques do Exército israelense.

O secretário-geral da ONU faz uma viagem de dois dias a Israel e aos territórios palestinos ocupados para tentar convencer as partes a retornar à mesa de negociação e retomar o diálogo de paz que permanece estagnado desde setembro de 2010.


http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,comboio-de-ban-ki-moon-e-recebido-a-sapatadas-na-faixa-de-gaza,830405,0.htm

Israel reitera possibilidade de bombardear Irã

Cresce preocupação internacional com um ataque ilegal contra as instalações nucleares do país

02 de fevereiro de 2012

AE - Agência Estado

HERZLIYA - Ao fechar um dia de alertas estridentes enviados por políticos e militares israelenses a respeito do Irã, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse nesta quinta-feira, 2, que o mundo está pronto a considerar um ataque militar contra o Irã se os embargos econômicos não pararem seu suspeito programa nuclear.

Mais cedo, o vice premiê de Israel, Moshe Yalom, ministro de assuntos estratégicos e ex-comandante dos militares, disse que todas as instalações nucleares do Irã, mesmo as subterrâneas, são vulneráveis a bombardeios.

Funcionários do governo de Israel se reuniram nesta quinta-feira em uma conferência sobre a possível ameaça do Irã em Herzliya, subúrbio de Tel-Aviv e Jafa, onde um general, Aviv Kochavi, disse que o Irã já possuiria material suficiente para construir quatro bombas atômicas. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, que falou no final da conferência em Herzliya, disse que é uma responsabilidade do Irã provar que não desenvolve armas nucleares. "Eu acredito que eles ainda não fizeram isso", disse Ban na quarta-feira, após uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

"Não existem argumentos contra o perigo intolerável que um Irã nuclear colocaria para o futuro do Oriente Médio, a segurança de Israel e a segurança e a estabilidade econômica do mundo inteiro", disse Barak. "Hoje já existe uma ampla compreensão mundial de que é preciso evitar que o Irã vire um poder nuclear e nenhuma opção será tirada da mesa. Hoje, ao contrário do passado, existe amplo consenso mundial de que no caso dos embargos e sanções não funcionarem em parar o programa nuclear militar do Irã, será necessário considerar uma ação (militar)", disse Barak.

Israel tem sido a voz que lidera os pedidos pela suspensão do programa nuclear iraniano, uma preocupação que cresceu e se espalhou para a Europa e os Estados Unidos, com revelações recentes de que o Irã construiu uma usina nucelar subterrânea perto da cidade de Qom. Mas ao mesmo tempo existe uma grande preocupação internacional com um possível bombardeio ilegal de Israel contra as instalações nucleares do Irã.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,israel-reitera-possibilidade-de-bombardear-ira,830590,0.htm