sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Taxa brasileira de mortalidade infantil em 2060 será igual à do Chile de hoje

IBGE projeta índice de 7,12 bebês mortos por mil nascidos vivos; em países como Japão, taxa atual é de menos de 3 mortes em mil

29 de agosto de 2013

Luciana Nunes Leal - O Estado de S. Paulo
RIO -  O Brasil chegará em 2060 com taxa de mortalidade infantil de 7,12 bebês de até um ano mortos por mil nascidos vivos, segundo projeções do IBGE divulgadas nesta quinta-feira, 29. Daqui a quase cinquenta anos o País alcançará a taxa de hoje do Chile e ainda estará distante de Cuba (menos de 5 mortos por mil nascidos vivos) e mais ainda de países como Japão, Islândia e Suécia (menos de 3 mortos por mil nascidos vivos).
A taxa brasileira de 2060 será menos da metade daquela estimada pelo IBGE para 2013, de 15 mortos por mil nascidos vivos.

População do Rio Grande do Sul começa a diminuir em 2030 e do Piauí, em 2026

Apesar das diferenças nos indicadores sociais dos dois Estados, decréscimo terá o mesmo motivo: migração de moradores para outras unidades da Federação

29 de agosto de 2013

Luciana Nunes Leal - O Estado de S. Paulo
RIO - A estimativa de habitantes por Estado até 2030, apresentada nesta quinta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que no Piauí e no Rio Grande do Sul a redução da população será anterior ao resultado nacional, previsto para 2043. Entre 2029 e 2030 a população gaúcha cairá, segundo projeções, de 11.544.082 habitantes para 11.542.948. No Piauí, passará de 3.242.491 habitantes em 2025 para 3.241.853 no ano seguinte e em 2030 estará em 3.232.330. Nos dois casos, a redução acontece apenas na população masculina.
Embora sejam Estados com indicadores sociais muito diferentes, a explicação para a redução da população tanto no Piauí quanto no Rio Grande do Sul não é o número de mortes maior que de nascimentos, mas a perda de moradores, que migram para outros Estados. Nos dois casos, o saldo de migrantes é negativo, ou seja, haverá mais pessoas saindo do que chegando a esses Estados, fenômeno que já acontece desde a década passada.

Expectativa de vida chegará a 81,2 anos em 2060

No mesmo ano, o Brasil terá 5 milhões de idosos com 90 anos ou mais

29 de agosto de 2013

Luciana Nunes Leal - O Estado de S. Paulo
RIO - Em 2060, o País terá 5 milhões de idosos com 90 anos de idade ou mais, diz estudo do IBGE divulgado nesta quinta-feira, 29. É uma população mais de dez vezes maior que a atual, estimada em 473 mil pelo IBGE em 2013. A expectativa de vida média em 2060 chegará a 81,2 anos (81 anos e dois meses), sendo 78 anos para os homens e 84,42 (84 anos e cinco meses) para as mulheres.
Em 2008, a projeção divulgada pelo IBGE era mais otimista e calculava que em 2050 a expectativa de vida do brasileiro chegaria a 81,3 anos (81 anos e três meses). Agora, a projeção para 2050 é de 80,7 anos (80 anos e 8 meses). A estimativa de expectativa de vida para 2013 é de 74,84 anos (74 anos e 10 meses), sendo 71,25 para homens (71 anos e três meses) e 78,51 para mulheres (71 anos e seis meses) para mulheres.
Hoje, o País tem 473 mil habitantes com 90 anos ou mais.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Brasil passa dos 200 milhões de habitantes e população começa a cair em 2043

Número em 2012 era de 199 milhões, segundo dado revisado nesta quinta-feira, 29, pelo IBGE

29 de agosto de 2013

Luciana Nunes Leal - O Estado de S. Paulo
RIO - O Brasil já tem mais de 200 milhões de habitantes, aponta estimativa do IBGE, que divulgou nesta quinta-feira, 29, a projeção da população até o ano de 2060. Segundo cálculo do IBGE, a população brasileira em 2013 é de 201.032.714 pessoas. A tendência é de crescimento cada vez menor até que a população começará a cair. Segundo estudo divulgado nesta quinta-feira, 29, a população brasileira em 2012 era de 199,242 milhões de habitantes, número acima do anunciado ano passado, de 194 milhões.
Segundo o IBGE, o número de habitantes vai diminuir a partir de 2043, depois de um período de baixíssimo crescimento, e chegará a 218,173 milhões em 2060. O recorde da população, segundo as projeções, será de 228,350 milhões de habitantes, no ano de 2042.
A queda no número de brasileiros começará mais tarde e será mais lenta do que a estimativa divulgada em 2008, quando o IBGE previa redução do número de habitantes a partir de 2040. Há cinco anos, o IBGE calculou que a população atingiria 215,287 milhões em 2050, enquanto a projeção divulgada agora é de 226,347 milhões de habitantes naquele ano. Também houve mudança em relação à expectativa de vida, que aumentou mais devagar do que o previsto inicialmente. Os brasileiros estão vivendo mais, porém não tanto quando o previsto.
Ao mesmo tempo, a previsão de 2008 era de que o Brasil só bateria a marca dos 200 milhões de habitantes em 2015.
A população brasileira de 2060 voltará ao patamar de 2025, quando o País, segundo as projeções, terá 218,330 milhões de habitantes. No período de 60 anos, entre 2000 e 2060, a população crescerá 25,8%.
O cálculo revisado do número de habitantes de 2000 e de 2010 que consta da atual projeção é diferente, no entanto, dos resultados divulgados anteriormente nos Censos desses dois anos. O Censo 2010 apontou 190,755 milhões de habitantes, enquanto a projeção fala em 195,497 milhões. Segundo técnicos do IBGE, a diferença se deve ao fato de que as projeções são feitas com base em cálculos matemáticos, enquanto o resultado final do Censo reproduz a resposta dos entrevistados.
A queda da população é reflexo da diminuição da taxa de fecundidade (média de filhos por mulher), que já ficou abaixo do nível de reposição (de 2 filhos por mulher) em 2010. Segundo o estudo, a taxa de fecundidade cairá de 1,87 em 2010 para 1,50 em 2034 e ficará neste patamar até 2060.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Ricardo Teixeira pede residência em Andorra

Paraíso fiscal não tem acordo de extradição com o Brasil 
27.agosto.2013
O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, pede sua residência no principado de Andorra. A informação foi divulgada na noite de hoje pela Radio Catalunya, depois que a reportagem do Estado revelou que um terço da renda dos amistosos da seleção brasileira acabava em contas em Andorra e numa conta em nome de Sandro Rosell, amigo de Teixeira e hoje presidente do Barça.
Segundo a rádio, Teixeira já deu entrada na documentação para ser residente de Andorra, o que significa que, a cada ano, terá de passar 150 dias no principado entre a França e Espanha e conhecida por ser um paraíso fiscal.
Para que seja aceito, Teixeira teria de depositar pelo menos 400 mil euros nas contas de um banco do principado. Mas, segundo a radio, ele estaria negociando transladar ao paraíso fiscal cerca de 4,9 milhões de euros.
Vivendo em Andorra, Teixeira não teria como ser extraditado ao Brasil caso seja convocado pela Justiça do pais. Andorra e Brasília não contam com um acordo de extradição.
Na semana passada, o Estado revelou uma série de informações exclusivas sobre Teixeira e como esquemas dentro da CBF permitiam que os amistosos da seleção fossem usados para desviar recursos da CBF para contas de amigos do cartola. Entre eles está Rosell, presidente do Barça.
A reportagem também revelou como, em 2010, a Justiça suíça constatou que Teixeira recebeu milhões de euros em propinas de empresas ligadas à Fifa justamente em contas em Andorra.

Andorra, oficialmente Principado de Andorra (em catalão: Principat d'Andorra), e por vezes Principado dos Vales de Andorra (em catalão: Principat de les Valls d'Andorra), é um pequeno país europeu localizado na cordilheira pirenaica entre o nordeste da Espanha e o sudoeste da França. Antes isolado, o principado é hoje um país próspero principalmente devido ao crescimento do turismo e por seu status de paraíso fiscal. Atualmente, a população andorrana está listada como tendo a maior expectativa de vida do mundo, com média de 83,52 anos (2007).
O principado é o único país do mundo cuja única língua oficial é o catalão, embora represente apenas 0,22% do total de catalanófonos da Europa, a maioria deles distribuídos na CatalunhaValência e Baleares. No seu território também são falados o castelhano, o português e o francês, nesta ordem de números de falantes.
Andorra também é o sexto menor país da Europa, maior apenas que MaltaLiechtensteinSão MarinhoMónaco eVaticano. Sua capital é a cidade de Andorra-a-Velha, também conhecida como Andorra la Vella.

domingo, 25 de agosto de 2013

SÓ 7% DIZEM SABER BEM DO QUE SE TRATA A REFORMA POLÍTICA

Pesquisa Ibope/'Estado' mostra que assunto era novidade para 2 a cada 3 eleitores; voto aberto no Congresso é causa mais apoiada

25 de agosto de 2013

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO, DANIEL BRAMATTI - O Estado de S.Paulo
O Brasil acha a reforma política importante, mas sabe muito pouco sobre ela. Pesquisa Ibope/Estado mostra que dois em cada três brasileiros ouviram falar pela primeira vez do assunto ao serem interpelados pelo pesquisador - ou nem sequer conseguiram responder à questão - e menos de 1 em 10 entrevistados diz saber bem do que se trata.
Apenas 36% disseram ter conhecimento de que se discute a reforma política. Saber que o debate existe não significa estar por dentro do seu conteúdo. Tanto que só 7% dos entrevistados se declararam bem informados sobre a reforma política. Outros 34% disseram ao Ibope estar pouco informados, e a maioria absoluta disse estar "nada informado" (52%) ou nem sequer soube responder (7%).
Considerando-se apenas os 41% que têm alguma informação (a soma dos "bem" e "pouco" informados), a maioria é favorável à realização da reforma política no Brasil: 39% concordam totalmente, 33% concordam em parte e 7% discordam. O resto ficou no muro (nem concordou, nem discordou) ou não respondeu.
Mas nem todos desses 41% teoricamente informados sabem dizer, espontaneamente, do que trata a reforma política. Um em cada três (28%) não conseguiu dizer nenhuma medida específica que esteja sendo discutida para reformar a política brasileira.
Na prática, sobram 30% de brasileiros que dizem ter algum grau de informação sobre a reforma política e sabem citar um exemplo do que está em debate. Os pontos mais mencionados por eles foram: acabar com suplente de senador, com as votações secretas no Congresso, com as coligações partidárias e com o voto obrigatório - todas essas na faixa de 20% a 23% de citações.
A seguir, os exemplos de reformas mais lembrados foram a realização de um plebiscito conforme proposto pelo governo federal (18%), mudar a forma de financiar as campanhas eleitorais (12%), reduzir o número de partidos (12%), realizar uma constituinte sobre o tema (8%) e outros menos cotados.
O Ibope perguntou então aos entrevistados quão informados eles estavam sobre sete pontos específicos da reforma política. As opções de resposta ("bem", "pouco" ou "nada" informado) foram convertidas em uma escala de até 100 pontos, que mede o grau de conhecimento do brasileiro sobre cada uma dessas reformas.
Voto secreto. O tema que se mostrou mais popular entre os brasileiros foi "acabar com o voto secreto no Congresso Nacional, ou seja, permitir que todos possam saber como os deputados votam". Mesmo assim, marcou apenas 26 pontos num máximo de 100 na escala de conhecimento sobre o tema. Com os outros foi ainda pior.
"Acabar com suplente de senador" e "mudar a forma de financiamento das campanhas eleitorais" empataram em segundo lugar, com grau de conhecimento 22 em 100. Depois vieram "acabar com alianças entre partidos nas eleições de deputados" (20/100), "voto distrital" e "permitir candidatos não filiados a partidos nas eleições" (ambas com 18/100). A "lista fechada" para eleição de deputados e vereadores ficou em último lugar, com 16/100.
É levando-se em conta esse baixo grau de conhecimento dos eleitores sobre as propostas que se deve analisar o seu grau de concordância com cada uma delas. Usando-se a mesma escala de 0 a 100, o maior apoio dos entrevistados foi para acabar com as votações secretas no Congresso: 86 num máximo de 100. A seguir, com 85/100, vem o apoio ao fim dos suplentes de senador.
Acabar com as coligações partidárias nas eleições proporcionais marcou 81 pontos de apoio, e a permissão para candidaturas avulsas, ou seja, de pessoas sem filiação partidária nas eleições ficou com 72 pontos num máximo de 100.
Pelo baixo grau de conhecimento prévio das propostas, essas questões configuram o que se chama de imposição de problemática: a maioria dos entrevistados só toma pé do assunto após ser abordado. Isso significa que as taxas de apoio e rejeição estariam sujeitas a grandes variações caso a reforma política fosse popularizada via campanhas publicitárias durante a preparação para um plebiscito, por exemplo.
A pesquisa Ibope/Estado foi feita entre os dias 15 e 19 de agosto. Foram 2.002 entrevistas face a face, na residência dos entrevistados. A pesquisa tem abrangência nacional: foi feita em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. Sua margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, num intervalo de confiança de 95%.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,so-7-dizem-saber-bem-do-que-se-trata-a-reforma-politica-,1067532,0.htm

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Limite de uso anual dos recursos naturais no mundo já foi alcançado

O dado significa que a humanidade falha na tentativa de gerar crescimento econômico de forma sustentável
Publicação: 20/08/2013 
Poluição paira sobre Pequim: devido à enorme população e ao forte crescimento econômico, a China é o país com a maior pegada ecológica (Jason Lee/Reuters)
Poluição paira sobre Pequim: devido à enorme população e ao forte crescimento econômico, a China é o país com a maior pegada ecológica
A partir de hoje, a humanidade está em dívida com a natureza: o limite anual de consumo dos recursos naturais no mundo acaba de ser ultrapassado, de acordo com a Rede da Pegada Global (GFN, na sigla em inglês), instituição internacional parceira da organização WWF (World Wildlife Fund). Neste ano, 20 de agosto foi definido como o Dia da Sobrecarga da Terra. Ou seja, em menos de nove meses, o homem usou tudo o que a natureza poderia oferecer sem se prejudicar até 2014, o que significa mais devastação. Nesse cenário preocupante, que se repete a cada ano — em 2012, a data fixada foi 22 de agosto —, o Brasil aparece na lista de nações com crédito (gastam menos do que sua capacidade ecológica permite), mas especialistas alertam para a necessidade de mais consciência no país para manter a sustentabilidade.
A dívida que será acumulada até o fim do ano virá de diversas atividades que exploram o meio ambiente, como a redução dos estoques pesqueiros, o corte de árvores e a emissão de gás carbônico na atmosfera. Como consequência, os especialistas preveem mais desastres naturais e prejuízos financeiros. “À medida que utilizamos os recursos ecológicos, diminuímos a capacidade de regeneração, e isso influencia a economia. Por exemplo, quando pescamos mais peixes do que deveríamos, no ano seguinte, perdemos esse alimento”, explica Michael Becker, superintendente de Conservação do WWF-Brasil.
Becker afirma que o cenário mostrado pela pegada ecológica (área produtiva total que um país, pessoa ou comunidade precisa utilizar para manter seu estilo de vida) reforça a necessidade de uma maior preocupação com a maneira como os recursos têm sido usados. “Do mesmo modo que se utilizam-se na economia dados como o PIB e a inflação, também deveria ser mantido um índice que mostrasse os gastos com o meio ambiente, pois os outros números se sustentam nos recursos ecológicos, são sua base.”

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Vereadora é impedida de assumir cargo no Irã por ser 'bonita demais'

15/08/2013
SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ
Uma jovem candidata a vereadora no interior do Irã foi impedida de assumir o cargo por ser "bonita demais", segundo a imprensa local.
Candidata em Qazvin (norte), Nina Siahkali Moradi, 27, obteve 10 mil votos na eleição ocorrida junto com o pleito presidencial, em junho.
O resultado a colocou na 14ª posição num ranking que qualificava os 13 primeiros entre 163 candidatos.
Com a desistência do primeiro colocado, Moradi entrou na lista dos vencedores. Mas conservadores barraram sua ida à prefeitura.
"Seus votos foram anulados por [causa de] suas credenciais", disse Reza Hossaini, do comitê local de monitoramento de eleições.
"Não queremos uma modelo desfilando na prefeitura", disse um clérigo local.
Seus adversários já a haviam acusado de manter comitê de campanha que atraía comportamentos incompatíveis com valores islâmicos.
Moradi conquistou apoio ao defender direitos da mulher e incentivos culturais.
O incidente contraria esforços do novo presidente iraniano, Hasan Rowhani, que acaba de nomear uma vice-presidente como parte da promessa de promover direitos da mulher.

Reprodução/Al Arabiya
Nina Siakhali Moradi, que foi impedida de assumir seu posto na Câmara de Qazvin
Nina Siakhali Moradi, que foi impedida de assumir seu posto na Câmara de Qazvin

Até agora, vazia

13/08/2013
Eliane Cantanhêde, jornalista, é colunista da Página 2 da versão impressa da Folha

BRASÍLIA - Dúvida de setores diplomáticos: houve mesmo uma ameaça de novo 11 de Setembro, ou Obama precisava de justificativas para a espionagem?

O secretário de Estado, John Kerry, chega ao Brasil hoje com um discurso de autodefesa, mais ou menos assim: vão desculpando o mau jeito, mas, se a gente não espionar, não vai poder identificar ameaças e se prevenir, como agora.

Isso confirma que Washington precisa dizer alguma coisa ao Brasil sobre a espionagem antes da viagem de Dilma em outubro, mas não tem o que dizer. Precisa de subterfúgios, pois não vai jurar que nunca mais vai fazer isso, porque vai, sim.
Do lado de cá, o Brasil tem de manifestar indignação e cobrar explicações, mas também só por dever de ofício, sabendo que nada vai mudar. Reclamar na ONU? Mas quem é mesmo que manda na ONU?

Apesar do teatro, continua o empenho bilateral para que a espionagem não contamine a ida de Dilma, mas não é fácil achar temas e discurso para ela na "única visita de Estado a Washington neste ano", como os dois lados comemoram.

Com o baixo PIB brasileiro e a recuperação americana além das expectativas, não dá mais para Dilma querer ensinar aos países ricos como se faz. Com as manifestações por educação e saúde, também é improvável que ela anuncie a compra dos caças da FAB, que seguem como o trem-bala: de adiamento em adiamento.

E, como os dois países discordam quanto ao Irã, por exemplo, a política externa é outro campo minado. Kerry e Patriota, Obama e Dilma vão acabar falando mesmo é de Copa, Olimpíada, segurança e da lenga-lenga da identidade de dois países amigos, democráticos, multirraciais.

A não ser que o governo Obama avance no apoio a uma vaga permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, a viagem de Dilma aos EUA será tão irrelevante quanto a que Obama fez ao Brasil, cheio de gracinhas e vazio de conteúdo.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Médicos Sem Fronteiras deixam a Somália por causa de ataques

14/08/2013
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A ONG internacional Médicos Sem Fronteiras começou a encerrar as operações humanitárias na Somália nesta quarta-feira (14) devido aos ataques à sua equipe no país, informou a organização.
A retirada do grupo é um revés para o governo que se esforça para convencer os somalis e os doadores estrangeiros de que a segurança está melhorando e que a insurgência islâmica estaria em declínio.
O presidente internacional da organização, Unni Karunakara, reconheceu que a retirada do grupo vai cortar ajuda médica a centenas de milhares de somalis.
"O encerramento de nossas atividades é um resultado direto de ataques a nossa equipe, em um ambiente onde os grupos armados e líderes civis cada vez mais apoiam ou toleram o assassinato, agressão e sequestro dos trabalhadores de ajuda humanitária", disse Karunakara em Nairóbi, capital do Quênia.
O governo do país, que luta por transformações após duas décadas de conflitos, e fornece alguns poucos serviços públicos, como saúde e educação, ainda não se manifestou.
O anúncio acontece cerca de dois meses após a libertação de duas colaboradoras espanholas da organização, que passaram quase dois anos em cativeiro após terem sido sequestradas por somalis no Quênia.
No início de 2012, o Médicos Sem Fronteiras encerrou as atividades de dois grandes centros médicos na capital do país, Mogadício, depois que dois funcionários estrangeiros foram mortos por um ex-colega no coração da cidade, que é controlada pelo governo.
Outros 14 membros da organização já foram mortos desde 1991, quando a guerra civil eclodiu no país. A organização sempre negociou com grupos armados e autoridades de todos os lados e até mesmo recorreu a contratação de guardas armados, algo que não faz em qualquer outro país", disse Karunakara. "Mas chegamos no limite", acrescentou.

Thomas Mukoya /Reuters
Presidente international dos Médicos Sem Fronteiras, Unni Karunakara, anuncia desligamento do grupo na Somália
Presidente dos Médicos Sem Fronteiras, Unni Karunakara, em entrevista no Quênia nesta quarta-feira (14)
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/08/1326680-medicos-sem-fronteiras-deixam-a-somalia-por-causa-de-ataques.shtml

sábado, 10 de agosto de 2013

Os impactos de Belo Monte

Pescador recolhe o motor do barco em um igarapé de Altamira. Todas as casas localizadas nas áreas mais baixas da cidade serão removidas por causa do aumento do nível do rio Xingu com a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte

Pescador recolhe o motor do barco em um igarapé de Altamira. Todas as casas localizadas nas áreas mais baixas da cidade serão removidas por causa do aumento do nível do rio Xingu com a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Pés sujos de barro de um trabalhador da olaria artesanal do Panelas, localizada na periferia de Altamira. Com a construção de Belo Monte, a área onde está localizada a olaria, que tem mais de 200 pequenos produtores, será inundada pelas águas do rio Xingu
Pés sujos de barro de um trabalhador da olaria artesanal do Panelas, localizada na periferia de Altamira. Com a construção de Belo Monte, a área onde está localizada a olaria, que tem mais de 200 pequenos produtores, será inundada pelas águas do rio Xingu.
Índios mundurukus que haviam invadido um dos canteiros de obra da hidrelétrica de Belo Monte aguardam no aeroporto de Altamira para embarcar em um avião da FAB com destino a Brasília, onde foram se reunir com membros do governo
Índios mundurukus que haviam invadido um dos canteiros de obra da hidrelétrica de Belo Monte aguardam no aeroporto de Altamira para embarcar em um avião da FAB com destino a Brasília, onde foram se reunir com membros do governo.
Trecho do rio Xingu próximo ao local onde está sendo construída a barragem principal da hidrelétrica de Belo Monte
Trecho do rio Xingu próximo ao local onde está sendo construída a barragem principal da hidrelétrica de Belo Monte.

http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/18191-os-impactos-de-belo-monte

Conflito na Irlanda do Norte deixa 56 policiais feridos

10/08/2013

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Cinquenta e seis policiais e dois civis ficaram feridos durante confrontos no centro de Belfast, depois da mais recente explosão de violência, estimulada pela tensão entre as comunidades católicas republicanas e os protestantes pró-Reino Unido da Irlanda do Norte.
Quatro policiais foram levados ao hospital depois dos confrontos na madrugada de sexta-feira, quando a polícia disparou balas de borracha e usou canhões de água, depois de ser atacada com pedras, garrafas e pedaços de andaimes pela segunda noite consecutiva. Manifestantes também atearam fogo a vários carros.
Os confrontos começaram quando centenas de protestantes tentaram bloquear uma marcha dos republicanos católicos, em comemoração ao 9 de agosto de 1971, quando 11 civis foram mortos pelo Exército britânico em Belfast.
Os católicos, que defendem a união com a Irlanda, consideram essa uma das medidas mais repressivas das três décadas de conflito na Irlanda do Norte.
Policial recebe cuidados de colega após protesto violento, em Belfast

Manifestantes se enfrentam com a polícia no centro de Belfast
Manifestantes incendeiam carro durante protesto no centro de Belfast

Na quinta-feira, oito policiais ficaram feridos e oito pessoas foram detidas em outra manifestação.
A Irlanda do Norte viveu 30 anos de violência sectária, que deixou 3.500 mortos. Os acordos de paz firmados em 1998 levaram católicos e protestantes a compartilhar o poder, mas ainda continuam a ocorrer incidentes violentos.
"A violência e os ataques aos policiais de ontem à noite foram uma vergonha," disse a ministra britânica para a Irlanda do Norte, Theresa Villiers, em um comunicado. "A desordem nas ruas é um retrocesso extremamente lamentável."
O chefe de polícia Matt Baggott acusou manifestantes de manchar a reputação da cidade. "Essas pessoas não queriam fazer um protesto pacífico, elas não têm dignidade", disse.


A pomba da paz, envenenada

Diogo Bercito é correspondente em Jerusalém

08/08/13
Caricatura mostra o premiê Binyamin Netanyahu envenenando a pomba da paz. Crédito Reprodução
Já tive a honra de ler os comentários dos leitores deste Orientalíssimo blog a respeito dos assuntos mais variados, da democracia no Oriente Médio ao movimento gay jerosolimita. Conversamos sobre linguística, sobre preconceito, sobre terrorismo e sobre um par de outras questões. Mas temos nos desviado, talvez por resistência ao atrito, de um dos assuntos mais importantes de toda a região –a paz.
Agora que as negociações foram retomadas entre palestinos e israelenses, sob intenso esforço diplomático do secretário de Estado americano John Kerry, voltamos a imaginar um Oriente Médio sem o conflito que fez deste país um dos lugares mais polêmicos do globo. Alguns de nós olham para o mapa-múndi e imaginam novas fronteiras traçadas, delimitando um futuro Estado palestino. Ao mesmo tempo, as fronteiras com Síria e Líbano finalmente reabertas –pela paz.
Como um estrangeiro na região, me dou o direito de ser otimista, de ler as notícias e de pensar que pode ser que eu tenha a honra de ser o correspondente a noticiar a assinatura dos acordos finais –de paz.
Os pessimistas, no entanto, parecem ser maioria. Como o negociador-chefe palestino Saeb Erekat me disse durante uma entrevista exclusiva (uma das únicas que ele deu, desde o início das negociações), não é de surpreender que as pessoas estejam céticas. Após vinte anos de conversas pós-acordos de Oslo, o que temos em solo são mais extremistas em ambos os lados –e não temos paz.
Mas é consenso também, ao mesmo tempo, que o contexto histórico está mudando. Enfraquecido em sua coalizão de direita, o premiê Binyamin Netanyahu pode se sentir, por exemplo, tentado a um acordo que marcaria sua gestão assim como ex-premiê Menachem Begin (1913-1992) ficou conhecido não pela mão dura, mas por ter negociado o acordo de Camp David com o Egito –recebendo, em 1978, um Nobel da Paz.
Além disso, Israel tem sofrido forte pressão da União Europeia, que parece disposta a aplicar na prática sua posição ideológica de repúdio à ocupação israelense dos territórios palestinos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Assim, os acordos assinados com Israel a partir de 2014 terão de registrar claramente que os termos não serão válidos para os assentamentos, pois a rigor não constituem território israelense. O bloco europeu insiste que quer –a paz.
É claro que toda a discussão a respeito de um futuro acordo entre árabes e palestinos é, de certa maneira, feito a partir de pouca informação e muita especulação. As negociações entre Saeb Erekat e Tzipi Livni, ministra da Justiça de Israel, serão feitas em sigilo durante os próximos meses. Mas eu gostaria de saber o que vocês pensam –sobre a paz.
Em tempo, explico a ilustração deste relato. É um desenho publicado pelo jornal alemão “Stuttgarter Zeitung” durante esta semana, mostrando o premiê Netanyahu envenenando a pomba da paz do Oriente médio. Na garrafa de veneno, está escrito “construção de assentamentos”. A embaixada israelense protestou contra o desenho e contra a ideia da morte –da paz.

sábado, 3 de agosto de 2013

Análise: Lua de mel do Brasil e demais Brics parece ter chegado ao fim

03/08/2013
NOURIEL ROUBINI
ESPECIAL PARA O PROJECT SYNDICATE

Nos últimos anos, muitos exageros foram proferidos sobre os países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Diziam que logo estariam entre as maiores economias do mundo -e, no caso da China, a maior do mundo, talvez já em 2020.
Mas os Brics, como muitos outros países emergentes, vêm passando recentemente por uma rápida desaceleração. Qual é o problema deles?
Primeiro, a maioria deles estava superaquecida em 2010/2011, com crescimento acima de seu potencial e inflação em alta. Por isso, muitos BCs apertaram a política monetária em 2011, o que trouxe consequências para avanço em 2012 e continua a se fazer sentir neste ano.
Segundo, a ideia de que as economias emergentes podiam se desacoplar plenamente da debilidade econômica nos países ricos (como Europa e EUA) era absurda.
Terceiro, a maioria dos Brics e alguns outros países emergentes caminharam em direção a uma variante do capitalismo de Estado. Isso implica desaceleração nas reformas que elevam a produtividade e a participação do setor privado na economia, e um papel econômico mais forte para as estatais, bem como maior nacionalismo quanto aos recursos naturais e protecionismo comercial.
Essa abordagem pode ter funcionado em estágios anteriores de desenvolvimento e enquanto a crise global causava queda nos gastos privados, mas agora distorce a atividade econômica e deprime o potencial de crescimento.
Quarto, o superciclo das commodities que ajudou Brasil, Rússia, África do Sul pode realmente ter acabado.
É claro que algumas economias emergentes, mais bem administradas, continuarão a registrar rápido crescimento. Mas muitos deles podem encontrar uma espessa barreira, e seu crescimento e mercados financeiros sofrerão fortes abalos.
NOURIEL ROUBINI é presidente da Roubini Global Economics e professor de Economia na Escola Stern de Administração de Empresas, Universidade de Nova York.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/08/1321185-analise-lua-de-mel-do-brasil-e-demais-brics-parece-ter-chegado-ao-fim.shtml

Em meio a críticas, Mugabe é reeleito no Zimbábue pela sétima vez

03/08/2013
DA BBC BRASIL

O Comitê Eleitoral do Zimbábue anunciou neste sábado que Robert Mugabe foi reeleito com 61% dos votos, enquanto seu opositor, o premiê Morgan Tsvangirai, obteve 34% dos votos.
Antes da publicação oficial, Tsvangirai se manifestou mais uma vez dizendo que a eleição foi conduzida de forma "fraudulenta" e prometeu entrar com ação na justiça para questionar os resultados.
Ele também ressaltou que seu partido, o Movimento para Mudança Democrática (Movement for Democratic Change - MDC), não irá se aliar mais ao partido de Mugabe, o Zanu-PF.
Aos 89 anos, Mugabe é o mais velho líder da África e esse será seu sétimo mandato como presidente. Ele comanda o país desde 1980, quando era primeiro-ministro.
O partido de Mugabe, o Zanu-PF, conquistou 137 das 210 cadeiras do Congresso.
A reeleição de Mugabe está cercada de declarações totalmente opostas. De um lado, líderes de seu partido, o Zanu-PF, e observadores da União Africana e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês) garantem que a votação e a apuração foram livres, justas e transparentes.
A mesma opinião é compartilhada pelo representante do governo brasileiro convidado a acompanhar o pleito, que ocorreu na quarta-feira. "A votação foi extremamente tranquila e muito organizada. Bem diferente do que vimos na eleição anterior (em 2008)", disse o diplomata Antonio Carlos de Souza Leão, que é da embaixada do Brasil em Pretória, na África do Sul.
"Houve, sim, problemas com as listas eleitorais, que foram distribuídas muito em cima da hora. Mas isso não impediu que os partidos topassem participar", disse Leão, que visitou sessões eleitorais na periferia da capital Harare.
FARSA
No entanto, opositores de Mugabe e um grupo nacional que monitorou a eleição denunciaram inúmeras fraudes, especialmente nas áreas rurais, que abrigam os redutos eleitorais do presidente.
Tsvangirai, que tem 61 anos e lidera o partido Movimento para Mudança Democrática (MDC), disse que a eleição foi uma farsa.
"A credibilidade desse processo eleitoral foi minada por violações administrativas e legais, que prejudicam a legitimidade desse resultado", disse. "Essa eleição é uma farsa que não reflete o desejo das pessoas."
A Rede de Apoio à Eleição no Zimbábue (Zesn, na sigla em inglês), que é o maior grupo de monitores nacionais, com cerca de 7 mil pessoas espalhadas pelo país, também denunciou fraudes generalizadas.
Na quinta-feira, o grupo afirmou que as eleições haviam sido "seriamente comprometidas", com até um milhão de pessoas sendo impedidas de votar.
A Zesn afirmou ainda que potenciais eleitores foram constantemente barrados em seções eleitorais nas áreas urbanas, onde o apoio a Tsvangirai é mais forte. O grupo afirma ainda que até um dos 6,4 milhões de eleitores foram impedidos de votar.
PERFEITA
No grupo dos que endossaram o processo eleitoral no país está o líder da União Africana, o ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo. Ele afirmou que a eleição foi livre e justa, mas admitiu que houve incidentes "que poderiam ter sido evitados".
"Mas em termos gerais, não acreditamos que esses incidentes vão impactar no resultado, afetando a vontade do povo. Eu nunca vi uma eleição tão perfeita."
Já os monitores da SADC também elogiaram a votação, mas disseram ser cedo demais para dizer que elas foram justas.
"Em uma democracia, nós não apenas votamos e fazemos campanha, nós aceitamos fatos difíceis, particularmente os resultados", disse o chefe da missão da Sadc no Zimbábue, Bernard Membe.
O Zanu-PF e o MDC formam, desde 2009, uma coalizão governamental instável. O acordo entre rivais colocou fim à onda de violência que tomou conta do país após a divulgação dos resultados das eleições presidenciais no ano anterior.
Mas o futuro da coalizão é incerto após o resultado das eleições. "Se alguém não estiver satisfeito, os tribunais estão aí para isso. Faço um convite a Tsvangirai para ir à Corte se ele tiver como justificar o que está dizendo", disse o ministro da Justiça do Zimbábue, Patrick Chinamasa (Zanu-PF).
NOSSO REI
Nos últimos anos, enquanto a economia do Zimbábue ia de ruim para péssima, chegando a um patamar desastroso, muitos anunciaram a decadência física e política de Mugabe - uma previsão que foi frustrada, pelo menos por enquanto.
Nos anos 70, ele era visto como um herói revolucionário, que lutou pela liberdade do seu povo contra a minoria branca que comandava o país. E em respeito a esse passado que muitos líderes afrianos se recusam a criticá-lo.
Décadas depois, o país que ele ajudou a libertar mergulhou em uma crise financeira sem precedentes, com uma inflação anual de 100.000% e a economia que mais encolhia no mundo.
Mas Mugabe disse que um país jamais iria à falência e culpou as sanções internacionais pelos caos econômico.
Politicamente, seu maior golpe ocorreu em 2008, quando ele ficou em segundo lugar no primeiro turno da eleição, atrás de Tsvangirai. Ele então convocou sua milícia, que entrou em confronto com opositores, levando o país a uma onda de violência que deixou dezenas de mortos - e fazendo com que o opositor abrisse mão da disputa.
Em seu aniversário do ano passado, ele negou os relatos de que estaria com câncer, como diziam documentos vazados pelo Wikileaks.
"Eu morri muitas vezes - por isso posso dizer superei Cristo, que morreu e ressuscitou somente uma vez", disse Mugabe, rindo, durante a festa, que custou mais de US$ 400 mil e teve um bolo de 89 quilos para celebrar a idade do presidente.
Após mais de três décadas no poder e prestes a completar 90 anos, muitos se questionam porque Mugabe não escolhe um sucessor - alguém que não investigasse seus mandatos ou as acusações de violação de direitos humanos que pesam contra ele.
Mas um de seus aliados, Didymus Mutasa, contou em uma entrevista a BBC que na cultura do Zimbábue, reis só são substituídos quando morrem. "E Mugabe é nosso rei", disse.
Com reportagem de MARIANA BELLA BARBA